sábado, 19 de dezembro de 2009

Pedaço perdito

Hoje eu acordei com os gritos da minha vizinha, um grito ultimamente muito escutado em frequencia, mas quando dei conta de mim, não era da minha vizinha, e sim do pedaço da minha alma em que perdi a uns dias atrás. Gritava no mesmo tom, e com as mesmas palavras que sempre quando as ouço, me machucam. Eu queria reencontrá-la, mas o quanto mais ela grita, mais eu me perco dela. Depois de não aguentar mais tantos gritos, me levanto e vou à janela, para tentar clarear o meu dia. Mas no céu chovia, chovia como se Deus chorasse...Pareciam lágrimas calmas, calmas, em que depois aumentava como se depois de esquecer por um tempo o sofrimento, chorasse mais. Depois daquela cena de tristeza, volto a lembrar o instante da perda de uma parte de mim...volto a lembrar que tinha me enganado, que inventei na minha cabeça, no meu mundo, que estava tudo bem... E agora, sem essa parte, vejo que foi tudo em vão, que acabei sofrendo mais. Depois de horas olhando para uma cena que teimava em voltar na minha mente, toca o telefone. Minha mãe. Finjo uma outra voz, uma que nunca falha, a minha de recém acordada, mas que na verdade é o tom de voz da dor, de horas depois do choro e sofrimento. Consegui enganá-la. E descubro que ela só chegará à noite. Tenho a tarde toda nessa grande casa, vazia e escura. Sem muita coisa a fazer, volto à janela, querendo ver aquele cenário parecido do sentimento meu no momento. Mas me decepciono. A chuva acabara. Volto a chorar...até Deus consegue parar, mas eu não?! Um tempo depois, eu ainda na janela, com a dor vinda no meu peito, vejo dois pássaros, o Sol sai, vejo tudo clarear naquela tarde, menos uma coisa, a minha alma. Nela parara de chover, mas continuava nublada, dolorosa e agoniante. A tarde estava bonita, mas não havia mais sentido eu ficar vendo aquele cenário, não se adequava mais a mim, a minha dor. Resolvo ir para o meu quarto escuro e frio, pois era onde eu podia me refugiar. Coloco um filme no DVD e assisto. Péssima ideia! Volto a lembrar de quando a minha alma estava inteira, cheia de vida...A ideia péssima?! Não, a resposta foi péssima, porque a resposta veio por um grito do pedaço perdido, pedindo para voltar...Mas se eu deixar? Encontra-la novamente? É melhor não! UM DIA EU QUERO CONSEGUIR JUNTAR ESSE PEDAÇO PERDIDO, COSTURAR CUIDADOSAMENTE. QUE ELA CERTAMENTE IRÁ CICATRIZAR. MAS POR ENQUANTO, PENSO QUE TEREI QUE ESCUTAR ESSES GRITOS, JUNTO COM OS GRITOS DOS FANTASMAS DO PASSADO. MAS SABE, DEPOIS DE UM TEMPO...VOCÊ ACOSTUMA. MESMO QUE ESSE TEMPO NÃO TENHA SIDO ASSIM MUITO LONGO...EM UM POUCO MAIS DE UM MÊS, VOCÊ ACOSTUMA!
Bjmeligaaaa...

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